"Um tal de Zé", de Ruth Guimarães, reflete o cotidiano e a cultura do interior brasileiro. Pequenas e grandes tragédias e alegrias compensadoras, simples como a vida. Os passeios, a rotina, as dificuldades, rituais de trabalho, celebrações familiares. Elementos culturais, como a geografia, o ambiente, costumes, crenças e práticas curativas, permeiam a história, criando uma atmosfera de realismo mágico onde a tradição e o afeto são os pilares da vida em comunidade.
A narrativa destaca o contraste entre os sonhos de infância e as responsabilidades adultas, mostrando os desafios do amadurecimento.
Quem é Zé, o protagonista?
A autora nos deixou esse enigma. Talvez seja o menino perspicaz e observador, cuja trajetória se cruza com a de outros moradores, em especial a de sua madrinha e mãe adotiva, Siá Ana, mulher de rara sabedoria. Talvez seja outro: o guarda-chaves da Estrada de Ferro Central do Brasil. Ou, quem sabe, uma figura múltipla, condensando tantos Zés que representam o povo humi