Neste livro, Vladimir Safatle oferece uma interpretação original desse fenômeno de “estabilização na decomposição”. O filósofo propõe tirar as consequências da ideia de que nossas sociedades capitalistas avançadas conseguiram organizar-se a partir de uma racionalidade cínica. O resultado é uma obra que repensa as bases do que significa fazer crítica no século XXI. Afinal, se “cinismo” é o nome da decomposição de valores e critérios normativos que pareciam ser o saldo mais valioso de nossas expectativas modernas de racionalização social, então ele traz necessariamente consigo a falência de certa forma de crítica. No prefácio inédito, escrito para esta nova edição, revista e ampliada, Safatle reflete sobre a atualidade do livro diante da reemergência do fascismo no Brasil e no mundo. Para ele, não é à toa “que as figuras atuais de lideranças autoritárias são, em sua grande maioria, ‘cômicas’, ‘paródicas’. Muitas delas vieram ou passaram longas temporadas no universo da comunicação de mas