Muito já se escreveu sobre o poeta português Daniel Faria, desde que Sophia de Mello Breyner afirmou sobre sua poesia: “versos que põem o mistério a ressoar em redor de nós”. Acrescento ter o mistério desafiado dezenas de críticos para compre-ender o poeta e sua obra. Uma poesia que encanta ateus e religiosos, refinados intelectuais e os “apaixonados” das redes sociais. Um poeta que em mais de 400 poemas tem o desejo, “a fome de calar-se”, de um homem que não se diz “mal situado”, mas imerso no mundo de “homens que são como lugares mal situados”. Uma poesia movida pelo amor na busca do divino, de um Outro, mas que não é uma poesia de conforto espiritual. Um poeta não só fora do seu tempo, um poeta que “dobrou o tempo”, ao nos fazer apreciar o valor de alegorias e metáforas que se acreditavam já perdidas. Amante do teatro, da música, da pintura, dos livros, da amizade, mas que tem “o morrer “como “ofício”. Um jovem poeta que morre com apenas 28 anos e tem seus textos classificados em ob