Os olhos tremeram ao transmitir os impulsos eletroquímicos e o cérebro pulsou inundado de sangue numa tentativa pífia de decodificar o que os olhos viam. Por falta de parâmetro de comparação, o córtex visual entregou a imagem de uma criatura quase humanoide em seus traços, exceto pelo fato de que a pele era composta de escamas verdes acinzentadas, movendo-se constantemente em direções impossíveis. Não havia cabelos ou nariz. Nem mesmo fossas nasais, apenas, sobre a área em que devia haver lábios, uma profusão de incontáveis tentáculos movendo-se desordenadamente, fazendo- lhe as vezes de bigode, queixo e maçã do rosto. Mas o pior de tudo eram os olhos. A começar do fato de que o plural não era aplicável. Um único globo ocular, maior do que cinco olhos humanos, ocupava a região central do que poderia se chamar de rosto. Não havia pálpebras. Em seu lugar, dezenas de pequenos vermes brancos devoravam carne e escamas, passando-se por contorno. A esclera de um vermelho só antes visto na